NOTÍCIAS
Plenário coloca em disponibilidade juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
21 DE JUNHO DE 2023
O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aplicou, em decisão unânime, pena de disponibilidade à magistrada Myriam Therezinha Simen Rangel Cury, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Os conselheiros entenderem que a juíza designou servidores para desempenharem funções específicas da magistratura, inclusive sentenças.
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que havia pedido vista do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) n. 0002416-38.2018.2.00.0000, após eliminar a possibilidade de prescrição, observou que servidores podem auxiliar os magistrados durante o julgamento, mas o auxílio prestado “não pode ser confundido com o ato de presidir”.
“As servidoras apreciaram pedidos formulados pelas partes, deferindo ou não, e proferiram sentenças. Até mesmo audiências que envolviam processos sensíveis, como caso de violência doméstica, foram realizadas sem a presença da magistrada, contrariando a Lei Maria da Penha”, disse o corregedor. A conselheira Jane Granzoto acrescentou que a juíza emprestou a sua assinatura digital às subordinadas, o que em si já configura infração disciplinar.
Na 9ª Sessão Ordinária de 2023, realizada em 6 de junho, o relator do caso, conselheiro Sidney Madruga, recomendou a punição de disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. “O que se vê nos autos não é a constatação de simples culpa, omissão ou negligência, mas sim uma completa indiferença pelo dever de presidir audiências de instrução e de julgamentos, proferir sentenças, deferir provas e, consequentemente, de garantir a adequada prestação jurisdicional às vítimas de violência doméstica e aos mais vulneráveis”, votou o relator.
“É direito fundamental do cidadão que seu pleito seja analisado por juiz togado”, manifestou o conselheiro. No voto, Madruga citou caso de anulação de decisão por falta de juiz presente. E resgatou episódios em que, em audiências diversas, em mesmo horário, a magistrada constaria como responsáveis pela condução dos trabalhos. “Seria humanamente impossível que ela estivesse em dois lugares ao mesmo tempo”, conclui.
Delegação a servidores
A magistrada respondeu ao PAD por delegação a servidores do ato de presidir audiências no Juizado Especial Civil do Fórum Regional de Vila Inhomorim assim como as do Juizado Especial adjunto Criminal da Comarca de Guapimirim. Ela também respondeu por ter concorrido deliberadamente para a realização das audiências simultâneas no Juizado Especial Adjunto Criminal do Fórum de Inhomirim, sem a presença de magistrado, em 27 de maio de 2010; e ainda para a realização de audiência do Juizado Especial Adjunto Criminal (Juizado de Violência Doméstica) da Comarca de Guapimirim, sem a presença de magistrado, no dia 16 de junho de 2010.
Texto: Mariana Mainenti
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Plenário coloca em disponibilidade juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Responsabilidade social do Judiciário começa com meio ambiente, destaca conselheiro do CNJ
26 de junho de 2023
“Precisamos de um planeta habitável para esta geração e para as gerações futuras”, declarou o conselheiro...
Portal CNJ
Direitos Humanos, proteção de dados e segurança cibernética integram nova edição da e-Revista CNJ
26 de junho de 2023
O sétimo volume da Revista Eletrônica do Conselho Nacional de Justiça (e-Revista CNJ) já está disponível no...
Portal CNJ
Prêmio Juízo Verde 2023 reconhece tribunais com melhor desempenho na área ambiental
26 de junho de 2023
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu, nesta sexta-feira (23/6), o Prêmio Juízo Verde 2023 aos tribunais...
Portal CNJ
Evento inédito no país consolidou novo olhar para a monitoração eletrônica
26 de junho de 2023
A Conferência Internacional sobre Monitoração Eletrônica, evento inédito organizado pelo Conselho Nacional de...
Anoreg RS
Artigo – ‘A lei não acompanha as mudanças no conceito de família’, diz Maria Berenice Dias – Por Rafa Santos
26 de junho de 2023
A natureza jurídica do conceito de família passou por uma importante transformação no Brasil.